domingo, 12 de junho de 2011

NARLAN, ESTUDIOSO DO "GRUPO DE JEQUIÉ"

No prédio do Museu João Carlos Borges. intelectuais, artistas, professores, jornalistas, muitos familiares e amigos de Narlan Matos participaram, na noite desta sexta feira (10), da solenidade de sua posse como novo membro correspondente da Academia de Letras de Jequié.

Este jovem poeta itaquarense é autor de várias obras, dentre elas o premiado livro de poemas “Senhoras e Senhores, o Amanhecer”. Estudou Letras, hoje reside nos Estados Unidos, onde conclui um doutorado na University of Illinois at Urbana Champaign. Seu objeto de estudo entusiasmou o poeta jequieense Waly Salomão e versa sobre o denominado “Grupo de Jequié”, remanescente do Movimento Tropicalista o qual, no período entre 1967 e 1972,  envolvia a cultura brasileira com abrangência nas artes plásticas, música, cinema, arquitetura, teatro, design gráfico e moda.
                                                       Waly Salomão. Foto colorida:  Zenilton Meira

Waly, há um bom tempo, ao se inteirar do foco de interesse de Narlan (o lado underground da Tropicália) levou-o até a Rogério Duarte - o lendário ícone do citado Movimento – que, desde aí, vem colaborando de modo ativo nas suas pesquisas.

"Grupo de Jequié"

Formado pela tropa de choque da também denominada Tropicália, o agora denominado "Grupo de Jequié" teve como participantes personagens como Bené Sena, César Zama, Deolindo Checucci, Dermival Rios, Dicinho, Edinizio Ribeiro Primo, Hélio Oiticica, Jorge Salomão, Lula Martins, Maurício Bastos ("Mauricéia Desvairada"), Ivan Mariotti   e Waly Salomão. Estes personagens e seus feitos artísticos são objetos de sua investigação acadêmica.


Deste Grupo, Bené Sena, César Zama, Dermival Rios e Maurício Bastos ainda vivem e se expressam  em Jequié.  Dicinho, artista plástico talentoso, mora na capital. Suas obras repercutem nos meios culturais brasileiros, hoje mais do que antes. 

 
Lula Martins (acima, nos anos 60) é ator, poeta, escultor, diretor, cantor e compositor. Na condição de artista plástico teve uma escultura premiada na I Bienal de São Paulo, em meados dos anos 60 e, em 1969, viveu o personagem que dá sustentação à narrativa de "Meteorango Kid – O herói intergalático", grande referência do cinema da chamada contracultura brasileira. Este filme revelou, com muita força, a marginalidade e a desilusão dos jovens brasileiros durante a época mais tenebrosa da ditadura. Produziu capas de discos de expoentes da música lisérgica brasileira da época, como o grupo Novos Baianos e artistas como Sivuca, Glorinha Gadelha, Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Baby Consuelo.



Edinízio Ribeiro Primo, artista performático e fonte de referência para a estética Tropicalista, foi o criador da capa do famoso álbum de Expresso 2222, de Gilberto Gil, do álbum de Gal criado em 1968 e  lançado em 1969 (acima), além de criador dos figurinos e coreografias de  Ney Matogrosso, na época dos Secos e Molhados. Infelizmente foi um dos desaparecidos durante o regime militar.



Finalmente, apresenta-se o genial artista plástico e designer Rogério Duarte, autor das capas dos discos e cartazes da Tropicália e do Cinema Novo - como o comemorado cartaz do filme de Glauber Rocha "Deus e o diabo na terra do sol".

Só podemos dizer: sempre bem vindo, Narlan. Você nos instiga a estudar, não apenas o Movimento Tropicalista, também a reconhecer a importância e  a reverenciar o "Grupo de Jequié"!

Veja mais: http://www.nordesteweb.com/not04_0609/ne_not_20090617a.htm
http://penduraessa.blogspot.com/2009_05_01_archive.html

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