domingo, 7 de agosto de 2011

FINAS PERCEPÇÕES: PÉS DE AVENCA NA JANELA!

Ficar odara
o mundo necessita
caetanear.

Jussara Midlej


O poeta tropicalista faz aniversário hoje. Canto "os parabéns" convidando os leitores a retomarem   os poemas de um complexo Caetano-cancionista. Esta ação pode significar a redescoberta de especiais e inventivas poéticas advindas e cultivadas por leituras diversificadas de poemas, ficção, textos filosóficos, estudos culturais e críticos, muita audição de Luiz Gonzaga, João Gilberto,  dentre outros. Letras feitas de rememorações e reelaborações de tempos, lugares, vivências e referências culturais. Daí, não é a toa que ele afirma: "Não posso negar o que já li, nem o que já vivi..."

Por essas e outras, a comemoração passa, hoje, por um convite  de revisitação de sua poética que pode ser considerada como o que de melhor se produziu no Brasil contemporâneo. Revisitar no sentido de estar sensível a escutas diferentes. Por exemplo: prestar atenção aos sons e sentimentos contidos na  articulação de palavras que se unem para celebrar sínteses de opostos, de descontinuidades e reelaborações de temas.  E mais: atentar para os fluxos de vida que saltam dos poemas musicados a demonstrar o que ele afirmou e foi citado acima.  Efetivamente, não há como negar que o pessoal e o histórico se misturam e se complementam em teias de relações multidimensionais fabricando a boniteza da vida em todos os domínios da existência.

Sem dúvida, caminhos alternativos passam por renovados significados que a poesia pode dar à vida... Caetano e sua poética entrelinhada de complexidade nos presenteiam nesse dia de aniversário: por usufruir de sua obra, felizes somos nós, de parabéns também estamos nós!

2 comentários:

  1. Caetano, sempre, produziu uma arte instigante, questionadora, e de alta qualidade. Tenho um livro da Abril Cultural com uma coletânea de letras de suas músicas.
    Existem tantas coisas boas na poética de Caetano que ficaria pequeno citar por aqui.
    Mas, me encantam as invenções neologísticas de "Outras palavras", a poesia sensível de "Trem das cores", a audácia de "Língua" e o viés cinematográfico de "Sem lenço, sem documento".
    Ave, Caetano!

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  2. Sim, Mainieri... vc tem razão: Caetano é um poeta extemporâneo. Por exemplo, da sua primeira fase gosto muito de Clarice, Avarandado,aliás todas daquele LP...

    Hoje estava escutando "Podres poderes". E repeti várias vezes, refletindo... Perfeita, a canção. A falar do oprimido e do opressor,freirenianamente. Muito boaaa!

    Abraço, Poeta!
    Jussara

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