Há dias
em que tudo o que eu queria
era a companhia de quem
só me desse silêncios.
Não carecia durar.
Dispenso a eternidade.
É que há dias
em que a vida, fingida
passa por mim e nem liga.
Faz de conta que não me
conhece.
Me esquece.
E são nesses dias,
que eu queria alguém
inteiro,
que não me repassasse
e-mails
cheios de vazios
nem me telefonasse
arrombando meus ouvidos
com palavras tetra-chaves
ou conselhos paulocoelhos.
Alguém que soubesse que a
vida
é feita inclusive de dias
assim.
Dias em que se cala
e se dorme juntinho
no sofá da sala
ouvindo B.B. King.
Porque há dias, meu
amigo,
que até os poemas de amor
são doloridos.
(Marilda Confortin)
Um belo espécime da Marília Confortin. Poema com lirismo e modernidade. E o B. B. King final me soou como um blues ao meu ouvido.
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