quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Aleilton Fonseca, na Academia de Letras de Jequié, dia 28


"Apeie, chegue à frente, a casa é nossa. Entre, que lhe dou uns goles de água fresca. Venha ver que a melhor é essa do pote de barro, dos antigos, que ainda tenho. Aprecie. Estes caminhos andam numa poeira danada, essa secura, sem chuvas. Isto é o sertão".
Trecho do romance Nhô Guimarães, de Aleilton Fonseca, professor de Literatura da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
RESENHA
A história é narrada por uma velha sertaneja, que costumava hospedar Guimarães Rosa em suas expedições pelo interior de Minas. Ela e seu falecido marido Manu, ambos personagens fisgados um pouco da realidade e outro tanto da imaginação, são os guias de Rosa e dos leitores, neste passeio pelas peculiaridades do sertão. Aleilton Fonseca consegue em Nhô Guimarães recuperar a dicção peculiar de Rosa, sem perder de vista os traços de seu próprio estilo. Um feito! E como é que o escritor baiano consegue realizar com tal maestria esta proeza? Deixando os rastros de Rosa pelo livro. Os neologismos: “linguando a palha”, “muitomente” e os nomes de Satanás: “ranheta”, “demo”, “dito-cujo”. Mais duas marcas não permitem que Rosa seja esquecido: algumas personagens e o lirismo que exala de todas as páginas da obra. O leitor pode ler Nhô Guimarães com a convicção de estar se defrontando com um livro absolutamente necessário.
                                                        Whisner Fraga
Fonte: http://www2.tvcultura.com.br/entrelinhas/resenhadoleitor.asp?resenhaleitorid=44

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