segunda-feira, 2 de novembro de 2009

variável


não, não desejo abrir mão de minhas dúvidas,
não quero sol todos os dias
nem chocolate todas as noites.
ou sexo.

erra, redondamente, quem me esperar doçura apenas.
trago um pé de tamarindo bem plantado no peito,
regado pela chuva e por marés
que como eu, vão e voltam.

gosto de voltar e, para tanto, preciso ir.
claro que tenho convicções, algumas até bem fortes.
sou contra pena de morte,
desprezo a inveja
abomino armas.

acredito no amor
todos carregam em si o bem e o mal .
meu forte, contudo, são as dúvidas.
haverá vida após a morte?

quem sou eu?
prosa ou verso?
outono ou primavera?
azul-turquesa ou verde-água?
agora ou nunca?

choro fácil.
rio fácil.
dificilmente esqueço, mas sou capaz de perdoar.
sou gentil, mas viro bicho vez por outra.
sou meio bicho, na verdade.
mas só meio.

tenho muitos sonhos
gosto de gente e também de estar só
prefiro mar e campo,
gosto de árvores e estrelas
mas abduzida, iria querer voltar.

não sei se sou feliz,
mas não acho que seja infeliz
então sigo cutucando a onça
com vara curta, mas não muito.
deu pra entender?

Aila Magalhães

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