segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A PRAÇA É NOSSA?!



Acervo: "Álbum Artístico, Commercial e Industrial do Estado da Bahia".

Acima, a  Praça Ruy Barbosa, em Jequié, em fotografias tiradas por Manoel Rodrigues Folgueira em 1928 e publicadas em 1930. Abaixo, a mesma Praça, noutra fase, no início dos anos sessenta.

In: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jequi%C3%A9_City_1960's.jpg 

As transformações operadas na Praça, ao longo do tempo, foram criando cenários novos, naturalmente... Há de se estranhar, apenas, a falta da devida atenção e cuidado com o bem público, muitas vezes.

Por exemplo, na última reforma, ocorrida ao longo de 2008, algumas coisas  aconteceram, atestando fatos que melhor seria que não tivessem ocorrido: viram-se árvores vivas e frondosas serem arrancadas, inexplicavelmente, para darem lugares a outras, tenras, ainda. Foi lamentável e, desde aí, sentido, na pele, todos os dias: além dos agravos ao meio ambiente, a Praça Ruy Barbosa é um espaço aonde a população transita muito, de sol-a-sol e, portanto necessita de sombra, de proteção. Afinal, não é raro os termômetros assinalarem 40 graus, naquele ambiente, no decorrer do verão!

Além disso, a retirada das pedras portuguesas, pela empresa responsável pelas obras,  é um fato relevante que parece ter passado despercebido por muitos.  Onde estarão as pedras da antiga Praça que compunham os delicados desenhos, a lembrar e resguardar a história de outras épocas, em importante estilo? Questiona-se: elas não poderiam ter sido reaproveitadas, levando-se em conta o seu valor histórico, a sua beleza?! Não poderiam ter sido recolocadas em alguns espaços depois de serem adequadamente  tratadas? O que se viu, no entanto, à época das obras, foi a insensibilidade da substituição, pura e simples, por um piso ordinário, o qual está a deteriorar-se a olhos vistos com apenas um ano de reinaugurada. Ouve-se o povo reclamar, e muito... quem o escuta, no entanto?!

Perguntar não deve ofender: a empresa responsável pela obra já foi devidamente acionada, por quem de direito, pela má qualidade do piso, além de outros atos inadequados?  A população não merece ser informada das providências, porventura, tomadas?
 
Há mais agravantes a piorar a precária situação do piso, do meio ambiente: alguns comerciantes da área estão a depositar - todas as noites - numa das entradas da Praça,  embalagens contendo resíduos de alimentação, além de latas com restos de bebidas que ficam a escorrer e emporcalhar o chão (que pelo visto, nunca foi lavado) até que o caminhão de lixo os recolham, provavelmente na manhã seguinte. Onde as regras da boa educação? E, na ausência destas, onde anda a administração da Praça que não fiscaliza e providencia um recipiente próprio para depositar o lixo a ser coletado? Ou a Praça, atualmente, não tem administração?!

Confiram as fotos registradas, nesse domingo à noite, num momento em que havia muita gente circulando nas proximidades, outras lanchando, muitas crianças brincando e correndo ali por perto, enquanto alguém depositava um saco de lixo mal acondicionado...

É isso: a Praça, a despeito dos problemas com a falta de manutenção dos jardins (que há muito não veem água), da limpeza precaríssima, das palmeiras imperiais inexoravelmente mortas e sem serem retiradas, da escassez de árvores frondosas... Novamente, perguntar não deve ofender:  custa muito adquirir árvores adultas e transplantá-las cuidadosamente para que estas sobrevivam nesse clima quente?

Registre-se que a Praça se configurou, desde a sua reinauguração, como um local aprazível, um excelente foco de geração de emprego e renda e um ponto especialíssimo de encontro das pessoas que residem nessa cidade. As noites quentes desse bonito  pedaço de sertão nordestino, têm um sabor especial na Praça renovada, sem dúvida! Assim, embora se reconheçam os inúmeros problemas, desde o seu nascedouro, é preciso louvar a administração anterior pela idealização de sua reconstrução. Sem dúvida, um novo marco da Cidade-sol!

Agora, justamente por ser um importante marco, a Praça Ruy Barbosa precisa ser valorizada e preservada adequadamente pela nova administração.  E com urgência, antes que se deteriore mais ainda. Também os comerciantes que sobrevivem dela precisam cuidar do entorno de seus quiosques e fiscalizar a sua administração.

Finalmente, nunca é demais lembrar:  a fiscalização e a cobrança  das responsabilidades e das obrigações dos órgãos públicos são parte desse cuidado e podem ser exercidas pela população. Afinal, é esta que contribui com seus impostos e, também por isso, deve se conscientizar de seus direitos e deveres e ser respeitada.

In: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=842986
Transcrito do blog: revistabahiaemfoco.com.br

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