terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A CRISE E OS CAMINHOS EVOLUTIVOS


In: curiadarte.blogspot.com/

Uma violência crescente, manifesta  e banalizada estabeleceu-se, na sociedade contemporânea, e assemelha-se  a uma onda sem limites. A crescente disseminação das drogas e a intensa  corrupção grassam, os valores mais preciosos da humanidade encontram-se corrompidos...

As notícias de catástrofes correm céleres pela mídia apelativa e nada parece surpreender mais o gênero humano...

Por outro lado, a propaganda estimula um consumismo exacerbado e inconsciente, gera valores distorcidos e demandas de mais violência! Vinculados a isso, há graves indícios de que muitos perderam a capacidade de indignação e acomodaram-se a situações de risco, fatos que geram gravíssimas consequências!

"Hoje, muito por conta disso tudo, sabe-se o que significa viver uma crise de características esquizofrênicas,  ligadas a fatos  e comportamentos, individuais ou coletivos,  diuturnamente noticiados ou, simplesmente, vivenciados bem próximos a cada um de nós, aonde quer que nos encontremos...  as relações sociais, em decorrência, encontram-se pautadas mais no medo do que na confiança, na reciprocidade ou na fratenidade".
Nesse sentido, o Planeta dá mostras de que está saturado, em muitos e variados aspectos!  As manifestações da Natureza intensificam-se e geram, cada vez mais, catástrofes em cadeia, deixando rastros de lamentações, as mais diversas...

Como potências, sabe-se que os cataclismos criam uma espécie de "varredura planetária", através de meios compulsórios de sofrimento-reflexão e parecem ter como finalidade a ampliação das possibilidades humanas, conscientes ou não, de transcendência da matéria...

Assim, se resistências há para o aprendizado espontâneo, a Natureza age: ciclos de morte e renascimento, como eventos naturais, cumprem  inexoravelmente seus papéis no processamento evolutivo da humanidade e do Planeta. Assim, a tendência é a de que, ciclicamente, no decorrer de vivências de crises - também pessoais - reformas íntimas, enfim, se processem, relações se aprofundem e as consciências, acerca dos valores essenciais da Vida, ampliem-se.

Se a dor desperta e revigora, gradativamente, a partir desses processos, abrem-se perspectivas de outros tempos e novas percepções da vida, de relações mais saudáveis e fraternas, de solidariedade entre os Homens, que passam a vigorar compulsoriamente.

É fato: passados mais de dois mil anos das preciosas lições crísticas, fica a impressão de que não há mais tempo a perder: agora, a aprendizagem do amor, da humildade e da autenticidade, diante do que aí está posto, não pode mais ser adiada! Nesse momento planetário, não é mais possível estar alienado acerca da realidade - que precisa ser transformada para abrigar vida de mais qualidade.

Sem dúvidas, esta é uma tarefa para ser empreendida pela humanidade na rotina do dia-a-dia, pois a Luz - "[...] mesmo que uns não queiram", como diz Guilherme Arantes - necessita ser assimilada, de modos individual e coletivo. E, assim, a Natureza prossegue em sua tarefa valiosa: sente-se que a dor, em sentidos de despertamento, fustiga e ensina, cada vez mais... Enfim, uma lição transparece nesses tempos de prevalência de valores efêmeros: é preciso que as aprendizagens se processem sem que a Vida necessite lançar mão das ações fustigantes "do choro e do ranger de dentes..."

A maravilha é existir, estar de olhos bem abertos para o presente e poder empreender esforços, de modo consciente, no sentido de diminuir gradativamente as sombras do egoísmo e do hedonismo.

A impressão é a de que não há mais tempo a perder, definitivamente!




Foto: Stela Alves. In: http://www.stelaalves.com/

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