segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

VIAJANTE


Vincent Van Gogh

Sempre quis ser passarinho e voar livremente
por entre os girassóis de Van Gogh...
Num dia qualquer, fui:
os olhos, maiores que o corpo,
olhando o avesso das coisas!
De asas, que o vento me deu,
de leveza e claridade,
presentes da manhã,
ganhei penas tisnadas do Sol,
em amarelo chispado
do mais puro céu azul!
Dos girassóis, um especial:
os rodopios em blues!
Ali, sim!!!
Faleci das sombras,
das convenções do mundo,
dos assentos,
dos becos-sem-saída
das dores insanas da lida!
Vivi a impermanência
no enlace com a Luz
e renovei minha cantiga...
Depois disso, de soslaio,
me olha sempre essa vida:
de um modo compassado e reto
enciumado, pedindo raiz e teto.
Não tenho muito tempo de ir:
só jeito irrequieto e roto
de querer sempre partir!

                                 Jussara Midlej

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