terça-feira, 13 de abril de 2010

AKIRA KUROSAWA FARIA 100 ANOS

"[...] A obra de Akira Kurosawa, em seu conjunto, representa um raro momento de encontro entre a cultura japonesa e diversas outras civilizações, inclusive a ocidental. O cinema de Akira Kurosawa surpreende até hoje por uma poderosa contradição – sua capacidade de se aproximar de nós, ao mesmo tempo, por caminhos tradicionais e renovadores. Do primeiro ponto de vista, temos diante de nós imagens clássicas, compostas como se fossem pinturas, marcadas por harmonia e equilíbrio. Essas imagens, contudo, encadeiam-se de maneira que permanece revolucionária até hoje. A multiplicidade de pontos de vista em Rashomon, por exemplo, pode ser imitada, mas continua incômoda, até assustadora, na maneira como nos obriga a nos posicionar frente ao que vemos.
                                      Cena do filme Sonhos, de Akira Kurosawa
Volta e meia encontramos em Kurosawa mesmo a arrogância dos vanguardistas mais ousados: o longo plano inicial de Kagemusha, por exemplo, em que as personagens conversam quase sem se mover (em contraste com a imagem seguinte, em que a câmera acompanha freneticamente um homem que corre), os tempos aparentemente estáticos de Dersu Uzala ou as imagens oníricas de Sonhos continuam sendo momentos únicos, belos e estranhos pela distância que têm do que usualmente consideramos cinema, nos lembrando que sempre há outras maneiras de observar alguma coisa".
 Marcello Castilho Avellar, do Jornal Estado de Minas).http://www.caleidoscopio.art.br/notas/audiovisual/akira-kurosawa.html

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