terça-feira, 1 de junho de 2010

DOS FILHOS (Gibran Khalil Gibran)

                                             Lucca, 1 mês.
E uma mulher que carregava o filho nos braços disse: “Fala-nos dos filhos.”

E ele disse:

"Vossos filhos não são vossos filhos
São filhos e filhas da ânsia da vida
Anelando por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós
E, embora vivam convosco, a vós não pertencem.


Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
pois eles têm seus próprios pensamentos.


Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas,
pois suas almas moram na mansão do amanhã,
que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não procureis fazê-los como vós,
porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados...

Vós sois o arco dos quais vossos filhos,
quais setas vivas, são arremessados.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com Sua força para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe...

Que vosso encurvamento, na mão do Arqueiro, seja vossa alegria:
pois assim como Ele ama a flecha que voa,
ama também o arco, que permanece estável".

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