sábado, 25 de setembro de 2010

GERALDO VANDRÉ, 75 ANOS

"[...]
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição..."
Vandré, compositor e cantor brasileiro, completa 75 anos. Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção com Pra não dizer que não falei de flores ou Caminhando. A composição era um hino de resistência contra o governo militar e foi censurada. Ainda em 1968, com o AI-5, Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimarães Rosa, morto no ano anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França. Voltou ao Brasil em 1973. Até hoje, vive em São Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de supostas torturas que ele teria sofrido nas mãos dos militares. 
 Numa entrevista, concedida recentemente ao Globo News num espaço da Aeronáutica,  demonstra estar alienado da realidade ao não reconhecer-se antimilitarista em nenhum momento de sua vida. 

Em 1973, Geraldo Vandré foi obrigado a gravar um vídeo no Aeroporto de Brasília, em que negava qualquer militância política e jurava, a partir de então, só compor canções de amor.
"O Chico Buarque e o Edu Lobo fazem, atualmente, algo segmentado, de vez em quando. Quanto a mim, estou exilado até hoje. Estou afastado do que fazia até 1968. E não retornei".

Geraldo Vandré recusa, contundentemente, o rótulo de compositor antimilitarista, até porque não esconde a adoração pela FAB. Ele nega que tenha sido torturado no período da ditadura militar e parece temer represálias, ainda. Muito  triste vê-lo assim, depressivo,  distante e solitário. 
 

Um comentário:

  1. Triste ver uma mente brilhante neste estado. Vítima da Ditadura Militar, abandono e do esquecimento...

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