quinta-feira, 30 de setembro de 2010

WALY SALOMÃO HOMENAGEADO EM SUA TERRA NATAL

 SEMINÁRIOS E PERFOMANCE

O professor MSc. Roberto Abreu e seus alunos do Curso de Artes da UESB (Campus de Jequié) estão a estudar a vida e a obra de Waly Salomão no intuito de preparar uma performance especial com a temática WALINIANA prevista para o próximo mês de dezembro nesta sua cidade natal. Os Seminários temáticos ajudarão a sistematizar os elementos que serão amplamente trabalhados no ato performático vindouro.
WALY SALOMÃO, poeta, letrista da MPB, produtor cultural, nasceu em Jequié em 03/9/43 e se ausentou de nós, no Rio de Janeiro, em 05/5/2003.
Entre seus trabalhos marcantes está a elaboração da Revista NAVILOUCA, feita em parceria com Torquato Neto, poeta piauiense. A Navilouca  é o nome de uma das revistas experimentais mais importantes dos anos setenta, só teve uma edição lançada, mas fez história na cultura brasileira. Parafraseando Ana Cristina César, os colaboradores da Navi eram os “desbundados, mas letrados” da contracultura brasileira. 
   Capa da revista Navilouca - Almanaque dos Aqualoucos, criada em 1972 e publicada em 1974.

O poeta Ricardo Mainieri reavivou-a, num poema, em homenagem a Waly quando da sua partida:

AO POETA BAIANO

Você agora zarpou
na Navilouca.

Como bom baiano
amou
polemizou
viveu a cultura
em suas últimas instâncias.

Cidadão de seu tempo
em suas várias faces
& disfarces
você desafiou as estruturas.

Porém a Navilouca
tinha de partir.

E você
Waly
foi escolhido o timoneiro.

História
Nos anos 60 Waly aproximou-se de artistas que se identificaram com o movimento tropicalista, como Torquato Neto, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gil e Jards Macalé. No entanto, Waly nunca se identificou como integrante do movimento estético tropicalista.

Acerca disso, ele declarou à Revista Bahia em Foco N. 2, em 2001:
"Não me sinto atrelado a qualquer movimento, como se fosse um figurino de época. Tenho mais identificação com o trabalho de artistas plásticos como Hélio Oiticica e Lygia Clark do que com os escritores da época que surgi [...] minha linguagem é singular, uma voz própria. Não busco ser baba-ovo de qualquer programa estético". 
Assim era Waly: dono de uma poesia coloquial e desregrada, ele construiu, ao longo do tempo, um estilo próprio, irreverente e irônico, capaz de abordagens inusitadas e inteligentes, que encantam a seu público leitor.

Na sua partida, o poeta Anísio Lage, através de seu pseudônimo Zé Ferino, compôs uns versos e, estes,  dizem muito do estilo irreverente de Waly:

"Jaz Waly Salomão.
Agora quedô calada
sua língua de trovão".

 Caricatura de Gentil

2 comentários:

  1. Ótimo quando os da terra reconhecem seus filhos queridos.
    A contracultura brasileira seria bem menor sem Waly e sua poesia irreverente, anárquica e contemporânea.
    Conheci-o, primeiramente, através das letras de música. Depois, fui "catar" seus trabalhos poéticos, bastante raros por aqui, numa época de pré-Internet.
    Obrigado pela divulgação de meu poema. Ele foi escrito, logo após a morte de Waly, com alma & coração.

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

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