sábado, 1 de janeiro de 2011

A composição musical Cajuína, do poeta Caetano Veloso, traz em seus versos uma feliz reflexão sobre a existência: a que se destina a vida?! Cada vez que a escuto me vejo instigado pelo seu questionamento filosófico/poético e dou de matutar sobre a finalidade da trajetória do Homem no Planeta - e, aqui, não há como negar que certas coisas ganham sabores inusitados, em especial quando se assiste, mais uma vez, a movimentação do findar de um ciclo na iminência do nascedouro de outro… Nessa onda, cismo em aproveitar a deixa e filosofar, numa licenciosidade própria dessa época natalina, sem dúvida.

Pois bem, independentemente de crenças e práticas religiosas, o ser humano é um ente complexo, cuja essência espiritual habita, temporariamente, um corpo físico que tem necessidade de sobreviver às intempéries da vida. Este corpo, efêmero como as flores, se exaure e sucumbe com o tempo; apenas as aquisições espirituais, advindas de múltiplas vivências positivas e/ou negativas se transformam em valiosos aprendizados, se dinamizam e se consolidam burilando o indivíduo que segue vivendo. Não perece, em absoluto, com o corpo.
Nessa perspectiva, a chegada de um novo período pressupõe renovadas concessões divinas: são novas oportunidades e projeções evolutivas, as quais, no atual estágio da humanidade, permitirão possíveis e desejáveis correções nos trajetos. A dor, na sua condição de instrumento didático da Natureza entra nesse processo a nos lembrar que a evolução pode se dar de modo mais suave pela gradativa tomada de consciência: o fato é que a vida prossegue, infinitamente, instigando o complexo humano a equilibrar-se, crescentemente, consigo e com o outro.

Creio que a humanidade já se apercebeu de que não há como estar na Terra como se estivesse num parque de diversões… Já há constatações de que os véus da ignorância, se não estão caindo, começam a ser desvelados para dar lugar a demandas urgentíssimas, nesse iniciado milênio. São demandas que precisam ganhar mais as pautas rotineiras da vida, diante da necessidade de se questionar alguns paradigmas que se já se esgotaram em suas possibilidades. Há medos, padrões, crenças limitantes que urgem ser repensados e ressignificados!
As regras impostas por ideologias e dogmas religiosos nem sempre significam o propalado caminho para o céu. Deus, em sua sabedoria suprema, longe de dificultar o entendimento dos códigos para a conquista da paz demonstrou, através dos exemplos de seu filho Jesus, que é relativamente simples o acesso aos altos níveis vibratórios, cuja metodologia envolve, fundamentalmente, a harmonia e o respeito à Natureza. É óbvio que não se trata, apenas de atitude ecológica; além de interação com o ambiente, de atitudes de promoção da paz, ampliação de entendimento entre os semelhantes e tolerância com os dessemelhantes.

É com esta visão que devemos encarar o imponderável futuro. Sem estabelecer padrões preconcebidos, sem medo do amanhã e com a convicção que estamos sim, todos, inseridos nos planos de Deus.

Wilson Midlej
http://www.revistabahiaemfoco.com.br/blog/

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