O triunfo da beleza e da justiça
* Joel Pizzini
Às vésperas de se completarem os 30 anos de sua morte, Glauber Rocha volta a frequentar o noticiário não apenas ancorado no mito, mas, sobretudo, no reconhecimento conquistado por ele como artista libertário. Agora, grande parte de sua obra está enfim restaurada e acessível ao público que, até os anos 1990, só tinha uma vaga noção de sua linguagem revolucionária.
No princípio era o cinema, negociado com a mãe, Lúcia Rocha, que levava o menino Glauber à missa, sob a condição de que, em seguida, fossem à matinê no Cine Vitória, em Conquista. Depois veio o verbo: a Bíblia, com o tempo, ao lado de Shakespeare, revelar-se-ia fonte seminal de seus roteiros. [...]
Farol para os que se espelham em sua inventiva trajetória e fantasma para os realizadores ameaçados pela vulcânica produção em 42 anos de vida, Glauber segue desafinado com o coro dos acomodados que preferem vê-lo lacrado nas prateleiras das cinematecas. [...]
Glauber encarna o espírito quixotesco de uma época quando se flertava com a utopia libertária no Terceiro Mundo, conectado com os cinemas novos, as lutas anticolonialistas, a revolução cubana, o Maio de 68 e outros focos de inquietação.[...]
Criador intransigente, sem filiação estilística evidente, continua despertando paixões e provocando toda sorte de discussões. Vale conferir, por exemplo, no YouTube, as inúmeras apropriações e remontagens espalhadas na rede, feitas com filmes e entrevistas de Glauber que integram o imaginário audiovisual contemporâneo.
Leia mais: REVISTA CULT
http://revistacult.uol.com.br/home/2011/03/o-triunfo-da-beleza-e-da-justica/*Joel Pizzini é cineasta, documentarista e curador da Associação dos Amigos do
Tempo Glauber: http://www.tempoglauber.com.br/
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