terça-feira, 5 de abril de 2011

SALA DE AULA NA AGENDA POLÍTICA

É amplamente conhecido que o investimento maciço e racional na educação transforma os cenários humanos: contemporaneamente, estão aí o Chile e a China, para demonstrar que os esforços, no sentido de alavancar o setor educacional, tem significado muito para suas populações.

Os citados países, que apresentam projetos  ideologicamente opostos, conseguiram "colocar a sala de aula como prioridade" nas agendas políticas e os resultados positivos demonstram que já ultrapassaram metas de desenvolvimento humano e econômico bem antes dos prazos que se deram. 

Para tais feitos, contou-se efetivamente com a cobrança, o esforço democrático e o apoio de suas populações: estas , crescentemente bem educadas e qualificadas, sabem hoje que a educação tem sido um fator decisivo para a melhoria dos padrões de viver! Tais exemplos, demonstram que saber da importância do investimento em educação e cobrar ações efetivas dos poderes públicos, faz a diferença, definitivamente! 

Enquanto isso, o Brasil "patina" em desvios de verbas públicas, em escândalos de mensalão e afins, em anúncios de aumento de impostos, na restrição de verbas para a educação e a saúde, na  pouca eficiência dos setores educacionais formais, na deficiente escolaridade de seu povo. Enfim,  na falta de consciência da população, de seus direitos fundamentais. Ora, a quem interessa um povo que ignora e, até por isso, pouco reivindica? A quem interessa um povo que serve de "massa de manobra" em embates eleitoreiros?


Por essas e outras, não há intenção, nem vontade política de concentrar esforços em investimentos maciços visando a melhoria do setor educacional no Brasil.  O que se vê, na agenda política, é um total descaso no cumprimento das regras mais essenciais de apoio ao crescimento humano e ao desenvolvimento do país. A educacão, de um jeito intencional e perverso, é deixada sempre em últimos plano, ao contrário dos citados países.

Acontece, então o mais incrível: a população brasileira, ao invés de reagir,  se deixa viver num estado de omissão, de permanente letargia - sabe das mazelas educacionais - e  sem disposição de lutar pelos seus direitos, permite a  manipulação. Com isso, acaba ocorrendo o "deixa como está, pra ver como é que fica..."
               Estudantes da UESB, Campus de Jequié.   Foto: Jequié Repórter

Num movimento reivindicatório, os estudantes da UESB (Jequié) entraram na segunda semana de mobilização: as portas do Campus estão fechadas e todas as atividades, administrativas e acadêmicas, paralisadas; sabe-se que os alunos dos demais campi começam a se mobilizar, igualmente.

Ora, se entre a população, nos primeiros dias, houve alguma repercussão deste ato, passado o tempo, parece ser quase nenhuma.  O governo, por sua vez, nem se pronuncia esperando que o movimento  caia no vazio. Sem dúvida, as informações chegam até aos governantes: lamentavelmente a população não se envolve, parece haver uns poucos estudantes à frente... Em suma, elementos propícios para acontecer um esvaziamento da ação, infelizmente.

Acredita-se, a partir de tais conjecturas, que mais uma lição se evidencia para movimentos que se proponham a ir à luta: antes de tudo, arregimentar forças entre o próprio segmento, aliar-se a outros movimentos, sensibilizar a população para a legitimidade da luta - demonstrando, de variados modos, a realidade. E o mais importante: ficar atento para não servir de massa de manobra nas mãos de quem tem ou de quem pleteia o poder, de algum modo.  

Para hoje está marcada uma assembleia de professores com a participação ativa dos estudantes: a sala de aula precisa entrar definitivamente na agenda dos políticos! Desta vez, a luta está apenas começando...  

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