quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EU E O VELHO LUA...

É notória a expressão: "Tempo é uma questão de prioridade..."  Daí,  para uma ausência de quase um mês, desculpas não há...

Há, embora não possa se constituir como empecilho, o anúncio de um exigente (e prazeroso, bem verdade!) tempo de afazeres acadêmicos, quase em merecidas férias!
Há, enfim, em profusão, pedidos de desculpas a leitores cativos: amigos antigos, aqueles recém conquistados, alunos atentos e amoráveis... quero estar mais aqui!

Mas hoje a festa é de Luiz Gonzaga, cantor e compositor, vigoroso, que ontem faria 99 anos, se encarnado estivesse. O velho Lua, permanece... e é muito presente, em especial na nossa região: nesse Nordeste que, apesar de seus cantos gonzaguianos denunciadores, ainda permanece esquecido das políticas públicas; ainda esturricado e sofrido, entra ano e sai ano...


Quando conheci Luiz Gonzaga, cantando e tocando sua  sanfona, (vermelha, de madrepérola) na marquise do Abrigo Vitória, em Ipiaú eu ainda era uma criança,mas não perdia por nada aquele vozeirão e aquele jeito alegre de cantar e tocar acompanhado por Cacau (um ipiauense), no triângulo.  Desde aí não me canso de ouvir ABC do sertão (aqui tem um outro ABC, sim senhor...), Asa Branca, A volta da Asa Branca, Assum Preto (que "veve" sorto...). São lembranças indelevelmente marcadas na alma...

Trago, do Blog http://www.revistabahiaemfoco.org.br/ um sensível registro acerca dele:

Luiz Gonzaga nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em “Pé de Serra”, uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava e consertava acordeon, instrumento muito popular no Nordeste brasileiro. Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai.

Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

Antes dos dezoito anos, ele se apaixonou por Nazarena, uma moça da região e, repelido pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, ameaçou-o de morte. Januário e Santana lhe deram uma surra por isso. Revoltado, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Em Juiz de Fora-MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista.

No Rio de Janeiro, então capital do Brasil, começou por tocar na zona do meretrício. No início da carreira, apenas solava acordeon (instrumentista), tendo choros, sambas, foxtrotes e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando Vira e Mexe , um tema de sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e mexe foi a primeira música que gravou em disco.

Luiz Gonzaga morreu em Recife, em 2 de agosto de 1989 e é considerado o Rei do Baião.

Concluo: em nossos corações, o velho LUIZ encontra-se presente e eterno...

Um comentário:

  1. Não lembro de Luiz Gonzaga no Abrigo e Bar Vitória, mas sim de Wilson, nos fazendo cantar as músicas de Luiz Gonzaga(Rosinha ficou lá no meu sertão..), no Beco da Mira Rio, que era um anexo do Bar ou Sorveteria Vitória, o que me faz até hoje, associá-lo a este amigo querido. Abs, Lena

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