sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

SONETO SEXAGENÁRIO



Já não me aflige mais 
a pasmaceira do domingo. 
Meus filhos mundo afora e eu em casa pensando. 
A vida inteira ensina-me a ser só. 
Não é agora que eu hei de reclamar. 
Segunda-feira há de chegar. 
Há de chegar a hora
em que se apague a chama derradeira;
em que a vida me diga: vá-se embora.
Tudo tão natural. 
A árvore morta
já não abriga pássaros nos ramos
que pouco a pouco, vão caindo ao chão.
Amei mal as mulheres. Mais amamos
nós mesmos, nosso ofício. 
Pouco importa
a vida; este domingo; a solidão.

Ildásio Tavares 


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