domingo, 15 de novembro de 2009

Um grande escritor no "Travessia das Palavras"



O projeto Travessia das Palavras é uma grande iniciativa da Academia de Letras de Jequié (ALJ) e conta com a coordenação de Leonam Oliveira e José Inácio Vieira de Melo. Tem o intuito de proporcionar a aproximação do público jequieense com os autores, proporcionando-lhe  o (re)conhecimento de suas obras.

No próximo dia 28 de novembro, na Casa da Cultura e, a partir das 20 h,  a ALJ presenteará a Cidade-sol com uma mais sessão especial; dessa vez, de  encerramento do Projeto. Esta contará com a presença do poeta, cronista, contista e romancista Aleilton Fonseca (foto).

O acadêmico é um grapiúna de Firmino Alves que passou a infância e a adolescência entre Ilhéus e Uruçuca. Aleilton reside em Salvador desde 1996 e sempre fez do estudo ligado à literatura o seu pão de todo dia, pois para ele a literatura é uma sentença de vida; uma forma eficaz de conhecer profundamente o ser humano.
"Ao transformar Guimarães Rosa e, depois, Euclides da Cunha em personagens de ficção, tive de observar os registros reais de suas trajetórias [...] a ficção viceja nas entrelinhas, nos vazios e nos silêncios da realidade."
Membro da Academia de Letras da Bahia e Doutor em Letras pela USP, Aleilton é professor do curso de Letras da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), onde leciona Literatura. Ele tem 12 livros publicados, dentre eles, Nhô Guimarães (2006), um romance de contista, segundo o próprio autor, concebido como uma homenagem ao escritor João Guimarães Rosa no cinqüentenário de Grande Sertão: Veredas. Na Europa sua obra já é tema de estudos acadêmicos.

É importante acessar suas palavras, numa entrevista concedida ao poeta José Inácio Vieira de Melo, no site: http://www.revista.agulha.nom.br/jinacio2.html

Aqui, um trecho dessa interessante conversa:

"É urgente que se crie um programa de incentivo à leitura para despertar o prazer e a consciência da importância do ato de ler. Deve ser uma ação contínua. Em geral, os programas escolares são obcecados por tarefas e aferição de notas. Isso, em vez de formar, desestimula e espanta o leitor. Um leitor não se forma com a ameaça de reprovação, mas com incentivo permanente, motivação, diálogo, discussão aberta de textos, indicações de leituras livres, encontro com os autores etc. Literatura é arte, não é simples disciplina escolar. No fundo, literatura não se ensina, mas se vivencia. Cada leitor tem seu próprio ritmo e seu próprio interesse. Para chegar a ler e apreciar um Machado de Assis, é preciso passar por etapas e experiências que preparem a visão de mundo e a percepção dos valores culturais. Não se pode impor os grandes autores, sem que o leitor em formação esteja maduro e preparado para essa experiência. [...] A escola devia orientar o leitor e não lhe impor livros que não lhe dão prazer. Além disso, é preciso baratear o livro e fazer campanhas permanentes de aquisição". [...]

Fontes:
http://sopadepoesia.blogspot.com/2009/07/50-anos-de-aleilton-fonseca.html
http://www.ube.org.br/lermais_materias.php?cd_materias=3034
Revista Muito N 46. 8 de novembro de 2009.

Um comentário:

  1. Jussara,

    Desenvolvi um método de incentivo à leitura e produção textual, o "livro-carta-mural" que tornou-se programa e está sendo implantado aqui em Porto Velho, Rondônia, em oito escolas da rede municipal.

    Temos buscado interlocutores e "experimentadores" do mesmo, para futura expansão em outros estados.

    As palavras do Aleilton Fonseca caiu como uma luva, pois é exatamente isso que temos realizado.

    Abraços
    Abel Sidney

    ResponderExcluir