sexta-feira, 16 de abril de 2010

A modernidade é dinâmica e provocativa. Mas não inaugura o equilíbrio almejado pelos Homens em todas as fases da história. Paradoxalmente, as pessoas se sentem sós. Vivem as suas inquietações num mundo particular, absortas em problemas internos que as afastam de uma realidade social, muitas vezes, cruel. 
                                                   Van Gogh
O Homem pós-moderno parece-me ainda mais só, dialogando com aparelhos eletrônicos, cada dia mais avançados, se protegendo contra a violência e se escondendo das relações verdadeiras e profundas. Vejo a pós-modernidade como um encontro entre o conservadorismo e o desenvolvimento tecnológico.

Nesse tempo, o ser humano sentindo-se só, busca novamente no abstrato, no sagrado e no supremo, o complemento para sua vida. Há mesmo quem acredite que estamos vivendo um momento semelhante à Idade Média, de retorno à religiosidade, numa busca desenfreada pelo teocentrismo - como uma alternativa emergencial de superação de solidão. O crescimento, a passos largos, de diversas religiões, seitas e filosofias de vida parecem atestar isso. 
É interessante pensar o Pós-modernismo como um momento de reflexão: uma tentativa de observar as obscuridades trazidas com o advento da modernidade. E aí, é oportuno nos remetermos a nós mesmos: o que verdadeiramente somos no contexto social atual, o que queremos/buscamos/idealizamos, quem é o outro que nos completa/ou nos afasta...
Carlos Drummond arremata bem, com sua poética, minhas inquietações:

“[...] E como ficou chato ser moderno
Agora serei eterno [...]".
                                        Jussara Midlej

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